O valor nutritivo e o gosto dos alimentos

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O valor nutritivo e o gosto dos alimentos

Mensagempor Corassa » quinta nov 22, 2012 12:43 am

A busca pelo prazer é inerente ao homem. É fato que, anatômica e

fisiologicamente, precisamos de açúcar, principal combustível do corpo
humano. Pesquisas indicam imediatas mudanças na química cerebral após
o seu consumo. Liberam-se certas substâncias similares às produzidas
pelo uso do ópio, as quais geram enorme prazer. Eis uma das razões
pelas quais, desde crianças, sem nenhum conhecimento de fisiologia,
ficamos vidrados em alimentos doces e aprendemos que consumi-los
(carboidratos simples) nos faz bem. O que não sabemos, no entanto,
é que os alimentos naturais, agradáveis ao paladar humano, são
também altamente nutritivos, à diferença dos alimentos industrializados
encontrados nos centros urbanos.


O primeiro gosto que sentimos, logo na ponta de nossa língua, é o
doce e, mais acima desse ponto, o salgado. Podemos ver aí uma incrível
coincidência: nossos alimentos naturais - frutas e vegetais – são os
mais ricos em açúcares e sais minerais. Não é à toa que os barões da
indústria de alimentos, assistidos de profissionais de fisiologia humana
por eles assalariados, adicionam enormes quantidades de açúcar ou
sal refinado, isoladas ou cumulativamente, em praticamente todos os
alimentos industrializados.


Mas não é só de açúcares e sais refinados que vive a indústria
de alimentos. Acrescem-se a tais produtos químicos outros altamente
ruinosos à saúde, como o glutamato monossódico - uma neurotoxina
perniciosa que estimula o cérebro a querer mais de um determinado
alimento. Daí o famoso slogan das batatinhas industrializadas: é
impossível comer uma só.




Sim, há mais exemplos: inúmeras pessoas consomem molho shoyu,
sem sequer imaginarem que, em sua composição, existe sal, açúcar e
glutamato monossódico concentrados, sendo esse o motivo de elas
apreciarem tanto das comidas banhadas nesse molho. Na verdade, elas
não gostam da comida em si, mas dos seus condimentos. Devido a
nossa fisiologia gustativa, é quase impossível não gostarmos de algo
com um sabor tão salgado e doce e uma neurotoxina tão estimulante.
Infelizmente, a maioria dos alimentos industrializados são agradáveis
ao paladar devido à concentração absurdamente elevada de tais
substâncias. Por isso, elas entorpecem nosso cérebro e estimulam
o nosso desejo e apreciação por tais alimentos. Não obstante, na
sua forma refinada e industrializada, o açúcar, o sal e o glutamato
monossódico são extremamente tóxicos ao organismo. Esses alimentos
destroem e corrompem a sua integridade, enquanto enganam os circuitos
de recompensa de nosso cérebro, fazendo-o acreditar que, por ser
prazeroso, é algo benéfico ao organismo.


Através da industrialização, concentram-se aqueles sabores e substâncias
buscados por nossa fisiologia. Assim, transformam-se inúmeros alimentos
insípidos em saborosos. A natureza nunca produziu um sanduíche, diz
o renomado higienista Dr. J.Tilden e, obviamente, por mais apetitosos
que possamos tornar os alimentos, devemos nos questionar: será essa
uma prática saudável? Quantas pessoas, na atualidade, pensam no valor
nutricional de um alimento antes de ingeri-lo ou buscam alimentos pelo
seu valor nutritivo? Eles são comercializados, promovidos e consumidos
por seu gosto, valor de excitação e estimulação, o que se obtém à custa
da adição de açúcares, sais refinados e de outros compostos químicos,
tóxicos e nocivos, que excitam e iludem o organismo, prejudicando-o.


Na natureza, todos os animais se alimentam sem nenhum conhecimento
nutricional, sendo guiados apenas por seus instintos. Obtêm os alimentos
para os quais foram preparadas sua fisiologia, anatomia e biologia. Por
exemplo: vacas comem grama e foram naturalmente construídas para
comerem grama, sendo capazes de comer e digerir a mesma, possuindo
quatro estômagos para tanto. Obviamente, uma capacidade exclusiva dos
animais herbívoros. Caso os seres humanos tentassem a mesma coisa,
não conseguiriam nem ao menos calorias o suficiente para manterem-se,
pois possuem uma capacidade digestiva finita. Ficariam empaturrados,
muito antes de comerem o suficiente. Por outro lado, não precisamos
de uma aula de fisiologia ou anatomia para compreendermos que vacas
seriam incapazes de coletar uma refeição de frutas, como um primata,
ou caçar e devorar outro animal, como um carnívoro.


Todos os animais selvagens confiam apenas em seus instintos e estão
ligados às suas capacidades e ferramentas de obtenção dos respectivos
alimentos. Mesmo sem qualquer conhecimento científico, enquadramse
nas leis da natureza e, por isso, vivenciam saúde otimizada, não
padecendo de nenhuma das doenças degenerativas a que se submete
o homem civilizado. Os animais comem o que seus instintos indicam
ser o certo e o que lhes agrada ao paladar em seu estado in natura,
sem processamento algum do alimento. Não precisam enganar paladar
e cérebro através de temperos e condimentos.


O valor nutritivo de um alimento está altamente ligado a seu sabor
e ao paladar específico da espécie que dele se alimenta. Podemos
comprová-lo, quando vemos um leão salivando diante da presa após
a caça. A voracidade e deleite com que devora a carne crua, ossos,
cartilagens, órgãos, pé, pernas, braços e outras partes do animal por ele
abatido. Seres humanos não seriam capazes de degustar tal refeição,
pelo simples fato de o nosso organismo não haver sido criado para o
consumo de carne, nem mesmo termos a capacidade de sentir o gosto
da gordura. Vacas, por outro lado, salivam em um campo de grama,
comendo-a com prazer. Seres humanos, definitivamente, não apreciariam
tal sabor. Como os primatas antropoides, adoramos o gosto doce e
a suculência das frutas e somos, nós e eles, praticamente os únicos
animais a sensibilizarmo-nos e a reconhecermos o doce.


É na natureza que definimos a alimentação otimizada da raça humana,
o que é nutritivo e, assim, apropriado para a propagação da vida dos
homens. Isso se dá unicamente através de nossos instintos, do gosto
proporcionado pelo alimento silvestre. Logo, na natureza, basicamente
os únicos alimentos dos quais conseguiríamos apropriar-nos com nossas
faculdades físicas e consumir com prazer são, por óbvio, frutas, vegetais,
sementes e nozes.


Mas, infelizmente, na atualidade, alterou-se por completo a matéria
prima produzida pela natureza, de forma a enganarem-se nossos instintos.
A industrialização em massa barateou de tal ordem o processamento
de alimentos, tornando-o a norma ao invés da exceção. Chegou-se ao
extremo de nominar esse ou aquele alimento de saudável, quando, na
verdade, durante praticamente toda a vida na terra, prescindimos de tal
designação. Não havia categorias alienígenas como o junk-food.
Consumir frutas e vegetais como a base de nossas calorias não é
um experimento, mas a norma através da história. Já a dieta hodierna é
realmente uma experiência nova para a espécie humana, um teste para
a resistência do corpo humano. Refinando, cozinhando, temperando,
usando químicos, sal, açúcar etc, consegue-se comer alimentos que seriam
insípidos, repulsivos à ingestão. Sem esquecermos, é claro, que,com essas
práticas, sobrevivem os homens, mas alienados do ideal e potencial de saúde que
o corpo humano pode e deve vivenciar.

Por incrível que pareça, levar uma dieta frugal é a coisa mais fácil de
praticarmos, por tratar-se de alimentos para os quais nosso organismo foi
fisiologicamente adaptado a consumir. E todos aqueles que já tentaram
uma dieta frugívora tornam-se seus entusiastas, afirmando amarem e
preferirem seus novos hábitos alimentares. É uma falácia acreditarmos
em que a alimentação natural seja desenxabida. Quem crê em tal mito
desconhece os verdadeiros alimentos saudáveis em sua forma fresca,
madura e orgânica. Obviamente, um paladar pervertido por décadas de
condimentos, temperos, alimentos cozidos e industrializados, consumo
de álcool, tabaco, drogas farmacêuticas etc não é, e a continuar assim
jamais será, parâmetro aceitável de outras conclusões.


Apesar de degenerada a natureza atual do homem, nossas preferências
continuam vivas dentro de nós. Comprovamos a assertiva pelo fato de
as pessoas procurarem reproduzir a suculência das frutas e dos vegetais
em todas as receitas do dia a dia. Por exemplo, comer arroz puro é
um tanto quanto seco, então adicionam o caldo do feijão ou molham
o arroz com o caldo da carne, ou o dos vegetais cozidos. Também
mergulham biscoitos no leite, no café ou creme, tudo com bastante
açúcar. Como sempre, utilizam maionese ou manteiga em um sanduíche,
por ser o pão puro seco demais para nossa fisiologia. Não comem ou
apreciam o gosto do macarrão cozido por si só, por causa da sua
falta de suculência, daí espalham molhos de queijos derretidos ou à
bolonhesa, na esperança ingênua de torná-lo sumarento, como o são
os alimentos naturais. E, como não bastasse, adicionam a todos esses
alimentos sal ou açúcar refinado, ou mesmo ambos.


Para uma vida longa, saudável e próspera, o ideal é consumirmos o
tipo certo de açúcar, ao revés de tentar reproduzi-lo mediante artifícios
despiciendos. Consumindo, diariamente, grandes quantidades de frutas
e vegetais, perpetuamos a simbiose e o papel para os quais os seres
humanos foram criados. Assim, ajudamos a nós mesmos, aos animais e
ao futuro da humanidade, contribuindo com a diminuição do aquecimento
global e a criação de um mundo mais verde, autossustentável, SAUDÁVEL
e FRUGAL!
Corassa
Participação: I
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